domingo, 15 de junho de 2014

O pecado e a grata surpresa

Começou mesmo. E começou muito bem,
No momento em que escrevo a bola já rolou em sete partidas da Copa. Nenhum empate, nenhum zero a zero. Uma média invejável de gols para um começo de competição.
E pelo menos dois jogos que já entraram para a História.
Mas vou inverter a ordem cronológica dos eventos porque antes de mostrar porque o jogo de ontem entre Holanda e Espanha foi uma efeméride única, é preciso denunciar o que já se desenhava como o maior pecado dessa Copa e que agora se torna ainda mais grave: quem concebeu, ou tornou possível esse crime contra o futebol mundial de juntar, num mesmo grupo eliminatório, escolas de futebol tão importantes como Itália, Inglaterra e Uruguai? Três campeões mundiais! Detentores, juntos, de sete títulos!
Se isso já era um acinte a Costa Rica resolveu aumentar o drama. Em vez de se contentar com seu papel de coadjuvante desse autêntico grupo da morte, ela resolveu se transformar, também, em protagonista. Tirou dona Celeste para dançar e deu-lhe um baile! Como joga o tal de Campbell! Um jogo inesquecível.
Agora vamos ter de forçosamente lamentar a saída prematura não de uma, mas sim duas grandes seleções. Sim, porque logo depois dessa primeira grande zebra da Copa - Costa Rica 3x1 Uruguai - Itália e Inglaterra fizeram um ótimo jogo, vencido pela Squadra Azzurra por 2x1 (com belos gols que contaram, direta ou indiretamente, com as assinaturas de craques como Pirlo, Rooney e Balotelli). 
Que desperdício de talento e tradição futebolística. Inclusive porque agora também vamos ficar tristes se a Costa Rica cair logo na 1ª fase (como estava, de certo modo, previsto).
Mas se esse clássico europeu já foi ótimo, o que dizer do espetáculo holandês de ontem?
O que Van Persie, Robben e Cia. aprontaram para cima da "Fúria" foi coisa que só pode acontecer em Copa do Mundo.
Para mim, porém, a goleada teve um sabor todo especial.
Nada contra os espanhóis, que continuo achando excelentes, possuidores do time mais bem montado da Copa, e com pelo menos um craque, Iniesta, que sempre dá gosto ver jogar.
Mas é que sempre tive uma ligação especial com essa equipe que ontem jogou toda de azul, e que começou a me encantar há exatos quarenta anos, na 1ª Copa da Alemanha, quase sempre vestindo laranja. Fiquei tão embasbacado com o futebol do esquadrão de Cruyff e de Neeskens, que meu time de futebol de botão passou a adotar os nomes daquela "Laranja Mecânica". 
É verdade que foram os alemães que riram melhor em 1974 (e sejamos justos: também tinham um timaço, com Beckenbauer, Muller, Maier, Overath e outros). Mas meu coração futebolístico tomou uma coloração mais alaranjada daí para frente (sem prejuízo do verde-amarelo e do preto e branco eternos).
Mas ontem a vingança holandesa teve significado especial e histórico também porque já nos minutos finais, entrou na sua defesa o jovem zagueiro Joel Veltman!
E eu que nem sabia que tinha um parente disputando a Copa!
É por isso que se não der para o Brasil - que, apesar de tudo, começou bem e pode, sim, levantar mais esse caneco - já tenho minhas favoritas: a Holanda, de Veltman, e a Costa Rica.
(A não ser, é claro, que descubra algum parente distante na seleção da Bósnia, que encara a Argentina amanhã, no Maraca...)

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